Monday, March 26, 2007

Comparando...



Maputo e Nilo são irmãos africanos.
Do Nilo sabemos lendas e mitos.
Do Maputo conhecemos as suas gentes, a doçura do seu olhar, o riso das crianças.
No Nilo vive-se talvez ainda o estava escrito.
No Maputo luta-se com a esperança na voz e nas cores, apesar da dureza dos elementos e dos fantasmas da guerra que teimam em espalhar destruição.
Maputo e Nilo são meus irmãos.
A pureza dos olhares e a portugalidade que habita na linguagem do povo moçambicano atraem-me mais que os olhos tristes e profundos do povo egípcio.
Maputo e Nilo são meus irmãos.
As cores vivas e quentes dos trajes das mulheres e a luz do pôr do sol são mais fortes que a atracção que em mim exercem as pirâmides.
Junto ao Maputo fui menina-mulher durante alguns meses e revisitei-o, já mulher-menina, durante alguns dias.
Junto ao Nilo a mulher conseguiu tornar viva toda a milenar história que aprendera em menina.
O Nilo deu aos grandes uma história grandiosa, apesar de triste e sofrida.
Maputo está a construir uma obra para as mulheres e homens moçambicanos.
Amo o Nilo pelo seu passado que me esmaga. Temo o seu futuro.
Amo Maputo pelo presente. Quero (e creio) a (na) construção do seu futuro.

2 comments:

lito said...

Um tem passado o outro tem futuro.



Lito

Cor-de-Rosa said...

Imagino a imponência do Nilo e a intensidade de Maputo através das tuas palavras; elas, as tuas palavras, sempre me fizeram vibrar e tu, a minha mamã, sempre me fizeste e fazes crescer e aprender a viver a cada dia que passa.
Para quando o retrato vivído das nossas emoções no Rio de Janeiro, os passeios em Hamammet, ou Havana, ou Atenas, ou Berlim e aqueles dias passados entre passeios e aprendizagens?! Um beijinho de muita admiração para a bichi.