Ontem tive um sonho! Ou seria um pesadelo?! Entrei na sala e, vai daí, vi uma rapariga desgrenhada, aos saltos... De um momento para o outro transformou-se em freira...
Fez-se luz! O panorama social e político do nosso País ia mudar. As nossas crianças iriam ter um espaço televisivo à medida das suas necessidades, enquanto crianças. Apesar de saber que se tratava de uma nova edição de uma série desengraçada, ainda tive esperança de que, agora, nesta Primavera que mais parece um Outono, surgisse qualquer coisita que não tratasse mal as inteligências dos nossos meninos e meninas...
Não! Isto ainda é pior que dantes!
«Não sejas tão exigente!» - disseram-me ao ouvido os meus botões. «Fica mais um bocadinho!» - continuaram eles!
Lá fiquei. E que vi eu?
Uma antologia de desrespeito pelas mais elementares regras de convivência.
Um jardim de flores artificiais e murchas.
Um manual de humor primário e desinteligente.
Mas...
Sobe as audiências...
Mas...
Sobe a craveira mediática de uns tantos...
Mas...
Faz movimentar milhões!
Mas...
Ainda há quem não mude de canal e vá, por exemplo, para o National Geografic...
Eu, que em tempos, julgava saber um pouquinho de teoria e práticas educativas e de comunicação, comecei a revolver-me no sofá e tapei os olhos e os ouvidos a uma das minhas gatinhas para que nem ela visse nem ouvisse tantas bacoquices...
Lembrei-me do Manifesto Anti Dantas. Desliguei o televisor e fiz: PIM!